Atualmente, o termo “disruptivo” vem ganhando força no mundo dos negócios, tanto por seus aspectos positivos quanto pelos aspectos negativos. Os empreendedores estão em busca dos efeitos positivos da disrupção, tentando ser o próximo Uber, ou Netflix, e se tornar uma empresa de 1 bilhão de dólares. Já os empresários e profissionais de negócios mais tradicionais, estão preocupados e torcendo para que a próxima “disrupção tecnológica” não acabe com seu segmento de negócio.
Mas sempre que falamos em Inovação Disruptiva, nos vem à mente algo realmente inovador, tecnologicamente avançado, não é? Os estudos recentes em relação aos negócios mais inovadores indicam um tipo de inovação bem diferente daquelas que envolvem softwares e hardwares. Indicam que a grande inovação está no Modelo de Negócio, ou seja, o modelo por si só deve ser disruptivo, e não necessariamente a tecnologia empregada.
Não acredita? Então lembre-se que:
- A Apple não inventou a tecnologia MP3
- A IBM não inventou o computador pessoal
- A Amazon não inventou a loja virtual de livros
O que eles fizeram então para ter tanto sucesso? Eles inovaram no Modelo de Negócios!
O professor Oliver Gassman, da St Gallen University, conduziu um estudo e chegou à conclusão de que, para ser disruptivo, um novo negócio precisa alterar, simultaneamente, pelo menos duas das quatro dimensões abaixo:
Who? – Quem é o meu cliente-alvo?
What? – O que eu ofereço para meus clientes?
Value? – Qual é a minha proposta de valor?
How? – Como eu gero receita?
Exemplo
O que a Nespresso e a Gillette têm em comum? Seus modelos de negócios são muito parecidos, conhecido como “Isca e Anzol”. Neste modelo, vende-se o “anzol” por um preço menor e margem reduzida, e vende-se as “iscas” recorrentemente a um preço maior e com margem mais elevada. No caso da Gillette, o anzol é o barbeador e a isca é a lâmina. No caso da Nespresso, o anzol é a máquina de café e a isca é a cápsula de café. A proposta de valor (Value) é a mesma, focada na praticidade, e a forma de gerar receita (How) também é a mesma. No entanto, o modelo de negócio da Nespresso alterou totalmente duas dimensões: Who (consumidores de cafés premium) e What (café).
E o mais interessante do estudo do prof. Oliver: 90% dos 50 negócios mais inovadores não são novos padrões de modelos de negócios, mas sim combinações de padrões de modelos de negócios já existentes.
Conclusão
A próxima inovação disruptiva nos negócios está muito mais relacionada à nossa capacidade de combinar criativamente os modelos existentes, do que na dependência de uma inovação tecnológica. E então, que tal você ser o criador da próxima inovação disruptiva?