“Apenas 2% desta sala de 150 pessoas vão ter sucesso enquanto Coach”
Escutei essa frase quando fiz a minha primeira formação em Coaching em uma renomada Escola de Coaching em São Paulo, pelo próprio Presidente da Instituição. Naquele momento, me soou motivadora, mas hoje olho com preocupação. Depois de muita análise e observação das principais queixas de Coaches que não conseguiam se posicionar no mercado, comecei a pesquisar a trajetória de vários Coaches de sucesso, buscando levantar dados que me auxiliassem a entender o que faz um Coach de sucesso. O resultado da minha pesquisa me levou a três principais pontos, extremamente importantes, que as escolas de Coaching não ensinam (ou simplesmente não deixam claro), mas que é fundamental para o processo de sucesso de um Coach.
Coerência
Acredito que a falta de congruência sentida pelo Coachee diante de um Coach despreparado, pode impactar no atingimento do seu potencial. Entendo que um Coach que tenha vivenciado ou vivencia um processo de Coaching, tem condições de trabalhar as suas próprias demandas e compreender de forma mais assertiva as principais dores e dificuldades que um processo de Coaching pode mobilizar.
A grande maioria das escolas “vendem” que este processo (de desenvolvimento do próprio Coach) acontece na durante a formação, a medida em que os participantes experimentam as ferramentas num processo simulado de Coaching. Não podemos comparar, por razões óbvias, um processo profissional de Coaching com simulações de ferramentas de Coaching entre participantes.
Assim, o primeiro ponto de atenção para o sucesso de um Coach, por mais evidente que seja, é buscar constantemente o desenvolvimento, seja através do próprio Coaching com um profissional experiente e/ou por meio de supervisões constantes, as quais darão congruência necessária para conduzir um processo e também saber vende-lo. Este cuidado preserva a credibilidade do processo e da profissão.
Escuta Ativa
Na minha compreensão, as competências mais importantes para o Coach são a escuta ativa e a capacidade de organizar e sintetizar ideias. Nem sempre os Coachees conseguem organizar suas ideias, sentimentos e pensamentos de maneira clara a ponto de conseguir expressar o que realmente precisa. Desta forma, estar conectado 100% com a fala do cliente, é essencial para conseguir compreender,
traduzir e devolver o que se escuta, para que o cliente consiga checar se o conteúdo está coerente com suas ideias. Tudo isso, sem colocar “palavras em sua boca”. As escolas de Coaching, por ter um foco muito grande em Ferramentas (que são compostas por uma série de perguntas), constrói uma falsa necessidade de fazer perguntas o tempo todo. Isto provoca no Coach a preocupação constante de “qual pergunta fazer agora?”, ao invés de escutar o Coachee e se conectar ao “aqui e agora”.
Posicionamento
Por fim, uma das grandes reclamações que escuto dos Coaches que não conseguiram se colocar no mercado, é, justamente, a falta de estrutura e informação sobre estratégia de posicionamento.
- Devo ou não ter um nicho?
- Como eu devo divulgar meu trabalho?
- O quanto devo cobrar?
- Como prospectar clientes?
- Como viver de Coaching? Quais serão as minhas maiores dificuldades?
Todos estes, são pontos importantíssimos que as escolas tradicionais não abordam com eficiência em sua metodologia. Todavia, é muito compreensível haver estes gaps nas formações tradicionais, afinal, estão focadas em massificar esta carreira.
A questão é que, quando a preocupação é massificar, o controle da qualidade não acaba sendo uma prioridade, e como consequência, o mercado começa a ficar inchado e cheio de profissionais despreparados para atuação, que acabam: cobrando um valor que desvaloriza o profissional e a profissão; não entregando resultados, fazendo com que muitos vejam o Coaching como um processo que “não funciona”; e o pior, chamando de Coaching, qualquer conversa entre duas pessoas.
Por isso, contratar um profissional que lhe auxiliará de fato a ampliar seus horizontes de resultados, pressupõe alguns cuidados. Ter o cuidado de checar se este profissional passa ou passou por um processo profissional de Coaching, bem como, compreender seus principais cases de sucesso, pode ser alguns dos cuidados iniciais para uma escolha assertiva.
Desejo a todos, uma excelente jornada de desenvolvimento e ótimas escolhas!
Diego Lima é Gestor de Programas Abertos e Coaching da Ágora Entertraining, Empreendedor, Coach e Mentor