Desenvolvendo uma Liderança Autêntica


A palavra “autêntico” tradicionalmente se refere a qualquer obra de arte que é original, não uma cópia. Baseando-se na psicologia positiva, a autenticidade pode ser definida como uma experiência pessoal, envolve tanto a propriedade de suas experiências pessoais (valores, pensamentos, emoções e crenças) quanto a agir de acordo com seu verdadeiro eu (expressando o que você realmente pensa e faz). Desta forma, não podemos ser autênticos, genuínos, copiando outras pessoas. Podemos aprender, nos inspirar com nossas referências, mas ao imitar outra pessoa, perdemos nossa essência e nos tornamos falsos.
A liderança autêntica abarca todas as formas positivas de liderança, mas se diferencia delas por estar ancorada no senso mais profundo do próprio eu do líder, sendo tais líderes autoconscientes, conhecedores de sua relação com a vida em geral, valores e crenças.
Um líder autêntico demonstra paixão por seu trabalho, age segundo seus valores, estabelece relações significativas, conhece a si mesmo, tem autodisciplina, foco em resultados e lidera não só com a cabeça, mas também com o coração.
A Harvard Business Review publicou um estudo com 125 executivos (entre 23 a 93 anos de idade), sendo que metade eram presidentes e a outra metade líderes, para saber como se tornar e se manter um líder autêntico. Os entrevistados foram escolhidos devido a reputação de autenticidade e eficácia na liderança, e expuseram suas histórias de vida, lutas pessoais, fracassos e sucessos. Não foram encontrados nenhum estilo, característica ou competência que fosse comum a todos. A liderança emergia de suas histórias de vida, de suas experiências, demonstrando que era a autenticidade que os tornavam mais eficazes.
Como desenvolver a autenticidade ao exercer a liderança?Seguem abaixo alguns caminhos, que podem favorecer o desenvolvimento da liderança autêntica.

O caminho para a liderança autêntica começa por compreender a sua história de vida. A história de vida cobre todo o espectro de experiências – inclusive o impacto positivo dos pais, professores, etc. Muitos líderes relataram que sua motivação viera de momentos difícies na vida. Descreveram momentos como perda de um emprego, de uma doença, da morte de um parente ou amigo, das rejeições e exclusões.  As experiências vividas são armazenadas na memória como autoconhecimento (auto-esquemas). Para líderes autênticos, um ou mais modelos de comportamento positivos (por exemplo, um pai, professor, irmão) provavelmente serviram como forças cruciais no seu crescimento pessoal.

Podemos definir valores como concepções que orientam a maneira como as pessoas selecionam ações, avaliam pessoas e eventos, e explicam suas ações e avaliações. Assim, quando falamos de autenticidade, queremos dizer que uma pessoa é fiel ao eu e aos valores fundamentais de cada um em particular, e resistente a pressões ou situações para comprometer seus valores. Primeiro, é essencial a auto-consciência sobre esses valores. Ter uma base sólida de valores e colocá-las à prova permite que a pessoa desenvolva os princípios que usará no exercício da liderança. Por exemplo, uma pessoa que tem como valores respeito e fraternidade, pode utilizá-lo como princípios de liderança como “criar um ambiente de trabalho no qual todos sejam respeitados, se sintam bem, tenham bom relacionamento e se engajem nos objetivos”.

Ser fiel a seus valores significa aceitar seus pontos forte e seus pontos fracos. O líder autêntico sabe que possui fraquezas, e por isso entende a necessidade de estar aberto ao feedback. Quando tentam encobrir suas falhas para conquistar as pessoas, tendem a sacrificar a autenticidade.

Um líder não lidera sozinho. A capacidade de desenvolver relacionamentos próximos e duradouros é essencial ao líder. Sem relacionamentos fortes que tragam perspectiva, é muito mais fácil o líder perder o rumo. Muitos líderes temem expor suas fraquezas e vulnerabilidades, então criam distância com os colaboradores, mas, ao invés de serem autênticos, estão criando um personagem para si. O líder autêntico sabe que sua equipe é fonte de afirmação, perspectivas, conselhos e, se necessário, alertas de correção de rumos.

Sem a autodisciplina, não é possível que o líder ganhe respeito pelos seus seguidores. Não basta ter bons valores, pois, se não tiver autodisciplina, será muito difícil que consiga convertê-los em ações consistentes.


Referências
GARDNER, W.L. et al. “Can you see the real me?” A self-based model of authentic leader and follower development. The Leadership Quarterly, 16 (1), 2005.
GEORGE, B. Liderança autêntica: resgate os valores fundamentais e construa organizações duradouras. São Paulo: Editora Gente, 2009.
GEORGE, B.; SIMS, P.; McLEAN, A.N.; MAYER, D. O poder da liderança autêntica. Harvard Business Review, nov. 2016. Disponível em: http://hbrbr.uol.com.br/o-poder-da-lideranca-autentica-2/. Acessado em 17/01/2017.

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