Por um mundo com mais consideração

Segundo a teoria da análise transacional, o ser humano, antes de nascer, está em situação de grande conforto e bem-estar: aconchego, temperatura estável e alimento. Ele e o ambiente estão em paz. No momento do nascimento, ele passa desse estado de equilíbrio para outro de grande desconforto: diferença de temperatura, fome, precisa sugar o alimento, respirar, sofre pequenas perturbações de saúde, etc. Vão surgindo sensações de mal-estar.
Com o passar do tempo, os acontecimentos externos e a interpretação que a criança dá aos estímulos que a cercam (que depende de múltiplos fatores), vai desenvolvendo uma atitude de aceitação ou não aceitação do ambiente e de si mesma, de gostar ou não do ambiente e de si.
Em relação a si mesma, começa elaborando o princípio do autoconceito, que é aquela expectativa que cada um tem a respeito de si e que vai, ou não, se confirmar por meio da experiência social. Nos entrechoques com o ambiente, o indivíduo pode chegar a quatro posições existenciais, ou seja, ele estabelece um juízo positivo ou negativo em relação a si mesmo e em relação aos outros.
Em outras palavras, a Posição Existencial é a forma como percebemos a nós mesmos em relação às outras pessoas. Ou ainda, são juízos de valores ou conceitos de si mesmo e dos demais, adquiridos na infância, por meio de tomadas de decisões, muitas vezes imaturas e irreais, uma vez que são baseadas nas condições precárias da criança para raciocinar e pensar objetivamente diante de realidade.
As posições existenciais são as seguintes:
 
Nessa posição as pessoas se colocam como menos que o outro, sentimento e pensamento de “não tenho nada para dar”, “sou incapaz”. E enxerga o outro com valor, com potencial. Leva o indivíduo a um estado de reclusão – ele não se sente bem consigo mesmo e é penoso cercar-se de pessoas.
Nessa posição, as pessoas se enxergam como menos, mas também enxergam o mundo a sua volta e as demais pessoas como menos. Sentimento e pensamento de “eu não sirvo para nada e você também não tem valor”. Em indivíduos que assumem essa posição, a capacidade de raciocinar, de ver as situações de maneira clara, desaparece.
Nessa posição, eu me enxergo como mais, porém, mais que o outro. Sentimento e pensamento de “eu tenho muito para dar e você não serve para nada”. Prefere ficar só, é especialista em afastar os outros, em livrar-se dos outros e até em machucar os outros.
É a única posição considerada saudável. A pessoa respeita a si mesma, ama-se e se considera amada e competente para lidar com as situações de vida, embora tenha uma visão realista de suas deficiências e limitações. Considera o outro (as pessoas, empresas, instituições, sociedades, etc.) da mesma forma, respeitando e aceitando suas características tanto positivas quanto suas limitações. Pessoas que vivem predominantemente no +/+ tendem a estabelecer metas de vida alcançáveis e geralmente as alcançam sem prejudicar a si mesmas ou aos outros.
E como estimular relações +/+? Primeiramente, fortalecendo o seu “eu”, se conhecendo melhor, trabalhando a sua autoestima, se respeitando e se considerando. Em contrapartida, olhar para as pessoas a sua volta, perceber suas potencialidades, perceber as potencialidades do mundo (e não somente se ater as coisas negativas que passam todos os dias nos noticiários), olhar para o copo e perceber que ele está meio cheio e que podemos sim, transbordá-lo. Respeitar o outro, não através do que eu considero ser melhor para ele, mas olhando através dele e entendendo que ele tem capacidade de saber o que é melhor para si. CONSIDERAR na sua essência!
Mas, e na prática, como isso funciona? Temos certeza que você pode responder essa pergunta, tanto quanto eu. Vamos lá? Temos várias ações sendo realizadas todos dias, que se fortalecermos, conseguiremos construir um mundo repleto de consideração.
Acesse a nossa campanha: Por um Mundo +/+ e compartilhe conosco suas inspirações para um mundo melhor.
 

Assista o vídeo Por um Mundo ++:


Referências
KRAUSZ, Rosa R. Trabalhabilidade. São Paulo: Scortecci, 2012.
BERNE, E. O que você diz depois de dizer olá? São Paulo: Nobel, 1988.
BERNE, E. Análise transacional em psicoterapia. São Paulo: Summus, s/d.

 

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